O contexto: sozinha em casa
O cenário: um sofá de costas para uma janela aberta
O estímulo: a vontade
O veículo: o pensamento
O rastilho: a brisa que a rua empurra
O propósito: Eu
O pensamento é rápido! Tenho pressa! Hoje, não desejo prolongar o que por vezes faço, até á (minha) exaustão!
Giro o corpo, sobre os joelhos, ficando virada para a janela. Nessa posição, baixo as calças e cuecas em simultâneo. Passo os dedos sorrateiramente pelos seios, que, com a manobra que executei, espreitam entumecidos, através do tecido.
Com uma mão abraço-me por trás, mantendo as pernas juntas.
A outra mão, levo-a á boca.
Sorrio, na antevisão de alguém passar e olhar para mim…
Sinto-me quente… a antítese da atmosfera exterior.
Conduzo a humidade que trago nos dedos, contra o ventre e deslizo-os… apertando firmemente a carne.
Deixo-me cair sobre as pernas, forçando-as a deslizar no tecido… abrindo-as, totalmente!
A mão, (não) esquecida lá atrás, abocanha-me a nádega.
Toco-me, finalmente! Como gosto!
Percorro o dedo médio de uma extremidade á outra, devagar…
Curvo-o, colocando-o dentro de mim de uma estocada só! Junto outro.
O ritmo é meu! O ritmo é inconstante… Como gosto!
Retiro-me e aproveito os dedos molhados, para os deslizar sem ordem. Sem método… para logo o repor!
Sei onde me dirigir e faço-o! Sei que é o último repasto! E é por ele que anseio!
Domino o meu corpo cego, vorazmente. Retiro dele o prazer que quero!
Abro os olhos. Como gosto!
Fixo a rua e… saboreio as ondas que me escaldam a pele…