28 janeiro 2011

Crime Scene!






Sou vento, fumo e mar
Sou horizonte distante... sou aqui e instante...
pois é mesmo assim...
o tecido que o Diabo, fez por mim!
Tu... arcanjo, duende,  xadrez
És ladrão com cara d'anjo!
Numa atenção velada, sagaz e discreta
dos sete... (me) roubas dois!
Espírito sensual... veículo audaz...
És sultão no deserto e de mil... fazes uma...
noite luxuriante, tesão alucinante...
irresistível audácia que possuis...
Anjo errante!

O teu desejo é um beijo,
são êxtases incandescentes...
é noite, é lua, é céu...
é caos... corpos suados, dormentes...

Tuas mãos na minha pele núa...
é o crime perfeito!

23 janeiro 2011

Água...

Roubada daqui






... que
... me queima a pele.
... me amolece.
... me inspira vontades.

Dispo-me devagar, sentindo o calor do aquecedor.
Transformo uma rotina, num ritual sensual... só para mim!
Todos os movimentos brandos, suaves, cuidados... reflectem-se no espelho, onde me admiro.
As minhas mãos são a carruagem, que transporta exuberante encomenda... a minha vontade!
A sua condução é coordenada... rigorosa. Todos os caminhos são percorridos, explorados, aflorados!
Sem me preocupar, cometo os mortais pecados, numa cadência voluptuosa.

Já com a Água em fortes, quentes e relaxantes salpicos inundando-me o corpo, aquieto-me no seu domínio. Opto por um gel de banho especial... no seu aroma... textura... sentir...
Espalho-o abundante e suavemente... despertando sensações e arrepios.
Repito movimentos. Retorna a vontade, há pouco (voluntariamente), interrompida.
Movida pelo agradável ambiente que me envolve, encosto as costas na parede fria.
Hummm... que contraste delicioso...
Os meus braços, têm vontade própria... as mãos, como se não me conhecessem... tocam, massajam, beliscam, agarram... há unhas que se cravam...

Entretando, satisfeita a minha vontade de pele, deixo-me de merdas... abro as pernas, colocando um pé na aba da banheira e, ataco-me sem demoras!
O meu dedo médio, alternando ritmos, produz uma dança incessante de sensações... frenéticas...
As coxas... sinto-as como se não me pertencessem... bamboleando!
Deito-me... em posição fetal, mas de barriga para cima e pernas afastadas, no seu expoente máximo.
Introduzo dois dedos, sentindo-os quentes e húmidos. Dentro de mim, a carne palpita, sôfrega de desejo...
... curvo-os em sinal de chamamento, massajando o meu esponjoso tesouro... rapidamente, violentas ondas me tomam de assalto, roubando-me o discernimento... não preciso dele!
Com a palma da mão, pressiono-me no exterior, enquanto que, em impulsos suaves na pressão, mas precisos no toque, executo uma divinal coreografia...
Fecho os olhos, sentindo-me levitar, solta, leve... entrego-me...
Quero o universo em segundos... usufruir... por isso, diminuo o ritmo...
A força espásmica que me acomete é vulcão explosivo... o sangue ferve, o coração dispara, a respiração em braille... sorvo até ao último instante, essa mágica energia que me doma o corpo e escraviza a mente...
Hummm... adoro ser gueixa e senhora de mim própria! Ter-me, numa torrente febril, inebriante, esgotante...

Depois, permito-me a longos momentos... de lânguido repouso...
Doce preguiça à chuva...

14 janeiro 2011

Quero...

Roubada daqui



... do teu colo o meu assento...
de tuas mãos, água insana
de teus dedos, meu tormento
Ai de mim... Deusa profana!

Quero o teu cheiro animal, descendo em mim como vinho...
maduro
Quero esse refúgio carnal, sedento, sexo imoral
Quero essa dor, que cansa, arruina, morte lenta...
sinuosa lança
Quero orgasmos dementes, floridos, gritos quentes
Quero a tua boca viçosa, molhada, tortura maliciosa...
Quero(te)... como... Cavalo de Troia

10 janeiro 2011

Sei...





... o que te provoco…


Inequivocamente!

Fixo-te o olhar, quando me vês passar e já não disfarças o brilho que te ocorre.

Habitualmente de óculos de sol, com o rosto inexpressivo, os meus saltos altos conduzem-me, sentindo-te atento (n)a minha sombra…

afasto-me… e depois sorrio!

Por vezes, ofereço-to… subtilmente…

Sei que me vou e, a dúvida fica… mas não resisto!